terça-feira, 13 de março de 2012

Um mercado de arte para o Cariri

Começo esse artigo rememorando o que já escrevi sobre as artes visuais comandada por esses artistas de extrema talentosidade que o cariri produziu, produz. O Cariri pode muito mais, o cariri ter um circuito de artes super valorizado pelos consumidores da região como os de outros estados no eixo Rio-São Paulo! Onde está a prefeitura que peca ao não apoiar isso? Onde está o Estado nessa parceria? O SESC como instituição tem feito um papel importantíssimo ao abrir sua galeria para expor trabalhos dos mais variados, seguindo agora uma linha de pensamento conectado com a contemporaneidade, deixa muito claro sua excelência na representatividade artística e cultural da cidade e do estado - inclusive tive a oportunidade de expor lá. Mas o que está faltando que os artistas plásticos não faturam? Será qualidade artística? Duvido. Será modelo de imitação das instituições? Acredito que sim. Será falta de conhecimento na área de fluição do mercado? Sim. Por que os artistas tem que migrar para outro Estado? Será que as próprias instituições na região estão apenas catalogando os artistas abrindo seus editais (salvo o BNB que financia e dar cachê. Falta apenas o modelo de aquisição como o de Fortaleza) em vez de as afirmar, ou seja, já que são as instituições que conceitualmente elevam o status do artista, junto com os curadores, fazem o papel de juízes delimitadores da sua essência, porque isso não ocorre aqui no Cariri? Porque o SESC não investe num projeto de aquisições seguindo o modelo de investimento da arte como outros SESCs, Rio de Janeiro, tendo em vista o patrimônio artístico e assim divulgando no Brasil nossa identidade artística? Por que essas instituições já que procuram valorizar o artistas não o fazem mais acertadamente colocando em prática o intercâmbio com o consumo da arte em outros estados de maior poder aquisitivo? Amigos, artistas, leitores, constantemente e infelizmente recebemos no cariri pessoas que vem comprar trabalhos artísticos, curadores, e até artistas lá fora vendem por preços três vezes mais. O que quero dizer que o mercado de arte no cariri está como se estivesse dentro de uma panela, falta apenas acender o fogo para que seja consumido nossos talentos e acredito que se nós como sociedade caririense, artistas, não se ligarmos, estamos perdendo uma oportunidade de termos reconhecimentos; os artistas consigam preços adequados para seus trabalhos - até que venham de fora e ganhem a nossos custos nos tornando para alguns especuladores como empregados comprando nosso trabalho a preço de banana e comercializando a preço de caviar! Se liguem as instituições já que o mercado é capitalista, o que falta é a valorização da arte junto com esse capitalismo para fomentar ambas as partes. Evidentemente não estou defendendo que os conceitos sejam formados pelo capitalismo, mas que os conceitos sejam formados pela exigência do mercado x qualidade do artista x exigência das instituições.

Acredito muito que o Cariri ganharia novos investimentos extra-regionalidade porque para um mercado existir precisa-se mudar a maneira do sistema de capital e que tenha para nossa região a sua funcionalidade patrimonial. A funcionalidade patrimonial procura ver na arte a área também de conhecimento, como produto e não apenas como embelezamento, contemplação, decoração ou “hobby de desoculpados.” Como muitos ignorantes falam. O Crato, Cariri se desenvolveria substancialmente na área de cultura e artes.

O que desejam os artistas senão que entrem no circuito da arte. Apoiem essa idéia!

Chrystian Marques

Artista Plástico

Um comentário:

Pachelly Jamacaru disse...

Christyan!
Gostaria muito que a seu exemplo, as pessoas não só postassem fotos, mas que também artigos relacionados as artes visuais, principalmente à Fotografia.

O Christyan fez aí o seu questionamento, peço a todos que leiam na íntegra e façam cá seus comentários.

A velha questão da produção X a sustentabilidade do artista em seu meio, não é de hoje que se questiona. Em outra estância foram realizados debates acalorados, inclusive com a participação do Secretário de Cultura do Estado, a sociedade e vários segmentos artísticos. Não se sabe porque, a coisa cai no marasmo de seu entusiasmo e não vai adiante.

A quem ou a que se atribui de fato essa apatia de resultados concretos de um mercado funcional da Arte no Cariri?

Aos próprios artistas, ao poder público ou privado? À Sociedade? Entendo que deva haver uma procura mútua, um ciclo de interesses, seja do lado de quem produz, seja do lado de quem pode oportunizar a vazão para o que foi produzido, seja do lado de quem faz e de quem consome artes!

Arte é movimento. Arte inerte, no sentido figurado da coisa, não vai a lugar nenhum!

Então Parabéns por este artigo, que outros mais venham!

O Zoom não é só imagens! É também o retrato de uma realidade e de um sonho em gestos, cor, palavras, expressões e manifestações!

Manifestem-se!