A Árvore da Serra
( Augusto dos Anjos )
— As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
— Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pos almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...
— Disse — e ajoelhou-se, numa rogativa:
«Não mate a árvore, pai, para que eu viva!»
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!
Foto: Dihelson Mendonça
2 comentários:
Conheço esta árvore, fica no caminho do picoto se não me engano! Parece um bicho em defesa ou ataque né!
A reboque um lindo poema! Beleza.
Sonórico, a Edilma diz não conseguir postar no Zoom, e eu tive vendo ela consta como autora!!! O que pode está ocorrendo?
Ah, não esquece aquela questão do Restô popular, sim?
Grande abraço e ótimo dia!
Essa árvore é mesmo fantasmagórica, eu tive um medo danado quando olhei de longe parecia uma pessoa com as mãos ao alto.
Ok, Pachelly, vou ver aquela questão do restô!
Abraço,
DM
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