"Continuamos
a chorar nossos mortos
Por tradição, por desculpas
Por culpa ou
dissimulação
Por saudade, por solidariedade
Às vezes, até, por
compaixão
Só sei que choramos
Por vezes, um choro seco
Dramatizado,
teatralizado,
Tudo, menos um choro chorado
Apenas um choro
forçado
Improvisado, inapropriado
Um choro,assim, disfarçado
E
nos vamos em caravana
Para o fim da caminhada
Juntos, na última
procissão
Onde se confundem vivos e mortos
Todos num mesmo caixão
No
morto, atiram-se flores
Como lenitivo, com perdão
Tenta-se
minimizar sua culpa
Na sinistra e sofrida procissão
Depois,
cobrem-lhe de terra
Como fim de sua longa espera
Pelo carinho que
não sentiu
Pelo amor que dele fugiu
Pelo beijo que não gozou
Pela
palavra que não escutou
E voltam os vivos, já dispersos
Como
vítimas de imolação
Pois já menor aquela procissão
De pouca fé e
muito ceticismo
Agora, só individualismo
Mais uma vez, perdeu-se a
lição". Paulo Gondim.
A floresta das palavras - Por: Emerson Monteiro
-
Lá de onde vêm o silêncio e os sonhos, dali também vêm as palavras. Elas
que sempre vivem soltas nos mundos invisíveis além da imaginação. Num mar
imenso...
Há 2 anos
2 comentários:
Legal Samuk, sua participação com este Tema. O homemm é fotografo, poeta e exímio artista plástico! Quero lhe parabenizar pela sua premiação no Salão de Outubro!
Um grande abraço
Pachelly:obrigado pelos seus elogios.Pois, saiba que fico feliz em ter o seu reconhecimento aos meus esforçados ensaios fotográficos.A labuta continua na busca de um click mágico que a alma consegue capturar.Tenho muita estima em participar do seu blog.UM abraço! SAMUK.
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