domingo, 11 de julho de 2010

Conversando sobre Fotografia com Dihelson Mendonça - A pós-produção em Fotografia


Olá, Amigos,

Hoje é um daqueles domingos de muito sol e vento aqui no Crato. Dia de relaxar, esticar as pernas e não fazer absolutamente nada, a não ser contemplar a natureza, e os retratos da natureza. Dia também de conversar um pouco sobre a Arte da Fotografia, e o tema escolhido para o dia, é a chamada Pós-Produção. Como o nome diz, a pós produção se faz depois da produção de algo. Em música, por exemplo, após a gravação das faixas, é preciso fazer a correção das frequências, chamada equalização, a correção de volumes, chamada mixagem, e chegamos ao estágio final, que é a pós-produção, quando damos os últimos retoques em um pacote que já está fechado. Mas esse último retoque é fundamental para o sucesso. Em música, é chamado de Masterização.

Em fotografia, também temos uma "masterização", ou pelo menos, sempre deveríamos ter. Porque as cores e a luz captada pela câmera, podem não ser a mesma que o autor tinha em mente, ou este pode também querer influir com o seu talento e criatividade no destino final das imagens, quando aí é exercido o seu papel de artista, de criador.

Para mim, fotografar é apenas o princípio de tudo. A fotografia não termina quando se aperta o obturador. Pelo contrário, a jornada começa ali. Ir às ruas, florestas, lugares diferentes e colher a matéria que poderá se tornar uma boa fotografia é o trabalho básico do fotógrafo, mas isso não quer dizer que tudo que ele vai colher serão obras-de-arte, e nem poderão ser transformadas em Arte através de algum processo "milagroso", pois isso não existe. A idéia da fotografia deve existir desde o primeiro momento, mesmo antes de se clicar o obturador, aliás, só se deve dar um click tento absoluta certea se a foto poderá ser útil. Para mim, a fotografia é antes de tudo uma idéia, e como já dizia Elliott Ervit, fotografia não tem nada a ver com aquilo que você vê, mas tem TUDO a ver com a maneira como você vê. Então, na realização das idéias, e principalmente no sentido de expressar a Arte, que não tem nada a ver com a realidade imediata, um conjunto de ferramentas pode se fazer necessário. Eu costumo dizer que o Photoshop e outros programas de Edição estão para a Fotografia Digital assim como a Sala Escura está para a Fotografia Analógica.

Para os mais puristas começo dizendo uma coisa muito simples: A deformação da realidade em fotografia já existe desde o princípio desta, quando eram feitas fotos em Preto e Branco, e sabe-se que o mundo é em CORES. A foto em Preto e Branco já é uma deformação do mundo como o olho humano percebe. As inúmeras fotos publicadas em livros, periódicos, sempre passou ainda na era analógica por processos diversos que serviam para enfatizar certos pontos, com a aplicaçao de filtros coloridos, deformações, aumento de contraste, etc.

Os programas são quase imprescindiveis no mundo moderno, quando precisamos corrigir cor, brilho, contraste e inúmeros outros pontos. Hoje em dia, até a aberração esférica, que é um DEFEITO das lentes Grandes Angulares, pode-se minimizar corrigindo no Photoshop. O olho humano não vê com esse defeito. É um problema que surge na lente, e precisa ser corrigido, assim como a aberração cromática, e, falta ou excesso de nitidez, etc. Diga-se de passagem, que a totalidade das câmeras fotográficas digitais já trabalha com PRESETS, que são programas distintos para cada ocasião, e esses programas trabalham no sentido de deformar a imagem colhida no sensor da câmera tornando as imagens mais agradáveis para o olho humano. Uma foto sem processamento, por exemplo, em Formato RAW seria muito estéril para o nosso olho em termos de cor, brilho e contraste, e dependendo do tipo de assunto abordado ( paisagens, retratos, etc ). Uma pós-produção é extremamente importante para dar relêvo da fotografia. Para dar a devida expressão que o autor quis transmitir, mas que por uma deficiência da própria câmera, ou do meio a ser divulgado ( Telas LCDs, etc ), aconteceu uma perda.


Abraços a todos, e Bom Domingo.
Até o nosso próximo Encontro.

Dihelson Mendonça
Para o Olhares do Cariri - www.olharesdocariri.blogspot.com
E Zoomcariri - www.zoomcariri.blogspot.com

4 comentários:

Pachelly Jamacaru disse...

Muito bom artigo, muito bom mesmo! E, esta frase é o que faz compreender de como e para onde as coisa evoluiram no universo da fotografia!

"Eu costumo dizer que o Photoshop e outros programas de Edição estão para a Fotografia Digital assim como a Sala Escura está para a Fotografia Analógica." Dihelson Mendonça

Parabéns pelo artigo Dm, boa noite!

Dihelson Mendonça disse...

Pois é, Pachelly,

As facas e os estiletes que eram usados nas salas escuras foram substituídas pela tesourinha digital dos programas. As colagens de negativos por sobreposições de imagens. O maior tempo de exposição na revelação por um breve retoque no Brilho e no contraste dos softwares de edição. E assim são todas as coisas.

Aliás, eu conheço um bocado de gente que devido à facilidade e praticidade dos programas de edição digitais, estão fotografando em Analógico, scaneando o Negativo num scanner de alta resolução, e depois fazendo o pós-processamento no computador.

Diga-se de passagem que a Indústria Cinematográfica ainda grava os filmes em 24 quadros por segundo, mas são digitalizados, aplicados os efeitos especiais, e depois, devolvidos à película novamente. Até porque no reino do analógico não se teria a menor condição de fazer uma edição de filmes extraodinários como Harry Potter e AVATAR, que são absolutamente surrealistas, e obras-primas dos efeitos visuais, e olha, tudo isso começou com a simples fotografia de um quadro.

Abração,

Obrigado pelas considerações.
Tenho um grande projeto para te contar.

Dihelson Mendonça

Pachelly Jamacaru disse...

Vendo seu email só agora. Mas bacana esta aula e esta analogia estar bem alcance da compreeenssão de todos!

Projeto, ah conta, conta!

Ei obrigado pelo apoio la na matéria do blog do Crato!

Pachelly Jamacaru disse...

digo: Vendo comentário!