terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Vitrine Virtual - Joilson Kariri Rodrigues

Talvez eu tenha estourado o meu limite de postagens no blog, mas tomo a liberdade de vir aqui fazer umas ponderações:

Primeiro deixo claro que só sou um entusiasta dessa arte, a fotografia. Sendo eu mais um curioso do que propriamente um praticante. Para confirmar isso apresento aqui uma imagem que foi capturada por um celular e que, como pode se ver, qualquer pessoa poderia ter feito. O assunto estava lá, inerte, sem obstáculos, portanto era só apontar e disparar; e foi o que eu fiz. Não há nada de muito interessante nessa imagem, ou há? Talvez para quem viveu nesse lugarejo ai e agora se encontra distante. Ou para o morador dessa favela, que trabalhava num cemitério, trouxe de lá essa estatua, decerto restos de uma reforma de túmulo, e "plantou" na entrada da comunidade, dando assim uma referência ao lugar que ficou conhecido como "Favela do Cristo", em São Paulo. Aprecio esses debates que se dá por meros pontos de vista. Contada a história da imagem, ela (a imagem) até fica um pouco mais interessante(zinha), né? Mas quantos registros não deve haver dessa imagem? A mesma estátua, a favela, o céu poluído de São Paulo. Se eu tivesse sido agraciado pela sorte de ter aí um urubu pousado na cabeça da estatua... (de preferência de asas abertas) Que flagrante seria! Aí a minha foto, por uma mera questão de sorte, seria uma foto artística, ou um belo registro de fotojornalismo. Sem esforço ou técnica, só a sorte de ter a imagem certa, na hora certa e com a luz certa. Possivelmente eu e mais meia dúzia de pessoas que achasse interessante o fato e resolvessem registrar também, aí seríamos todos artistas ou, no mínimo, foto jornalistas ocasionais.

Os membros desse conceituado blog e eu sabemos que muitas vezes é preciso um raciocínio super rápido para se fazer uma imagem, ou se perde para sempre. Num milésimo de segundo você tem que apontar, focar, achar o melhor ângulo e capturar. Tem mais: quando o objeto em questão não é tão interessante assim e o que deve prevalecer é a composição, se torna mais difícil, se você só tiver chance de um clic. Compor uma bela foto num clic rápido, quando não cabe a você armar o cenário tal faz os fotógrafos publicitários, ou como as imagens de permanentes como concretos, ruas e arquiteturas, não é tarefa fácil. Tampouco qualquer um pode fazer, a menos que seja pura obra do acaso, um golpe de sorte. Mas num segundo de tempo vê a imagem, apontar a máquina, imaginar a composição de acordo com o ambiente, a luz, a distância, colocar no ângulo certo para o que se pretende compor, seja uma continuidade, um contraluz, etc, não é coisa pra qualquer pessoa. Fiz algumas tentativas assim que, na minha opinião, ficaram razoáveis. Não diria boas porque tenho visto no Flickr, e em outros sites (inclusive aqui), composições infinitamente melhores que as minhas.

Apontar a câmera para essa imagem da estátua foi sim tarefa fácil. Tinha todo tempo do mundo, clima bom, ambiente propício. Uma foto comum, que não exigiu nenhuma técnica mais apurada, nem equipamento tipo NASA. (Ainda bem porque eu não teria nem um nem outro). Assim, sem domínio das técnicas e com total falta de criatividade no momento, a minha foto é apenas mais uma fotografia comum. Um fotógrafo mais experiente teria arrancado daí uma imagem mais interessante usando a sua criatividade adquirida com a experiência do tempo. Mas me orgulho das tentativas. Então, gente, continuarei tentando até fazer a minha FOTO, aquela que todos cliqueiros perseguem.

2 comentários:

Dihelson Mendonça disse...

Joilson meu querido,

Parece que você ficou chateado com meu comentário sobre aquela outra foto da silhueta a ponto de escrever tão grande nota. A gente não pode ser sensível a esse ponto. É como eu falei: Se postamos, se nos movimentamos, estamos sujeitos a críticas. E se não temos nem como aceitar alguma crítica ( e olha que foi apenas uma opinião de um só, puramente pessoal ), como seria ?

Abraços,

Dihelson Mendonça

Joilson Kariri Rodrigues disse...

Oh, meu primo Dihelson...
(pra quem não sabe a avó materna do Dihelson é minha tia-avó, irmã do meu avô paterno)

Eu jamais ficaria chateado com uma observação pessoal sua ou de quem quer que seja. Se exponho meu trabalho aqui é porque estou me sujeitando às críticas e opiniões dos outros. Estamos numa vitrine, não é mesmo?
O fato de você ter feito uma observação pessoal numa fotografia minha só me deixa lisonjeado, seja positiva ou negativa a observação. Isso prova que meu "trabalho" te chamou a atenção de alguma forma. Melhor assim do que a sua indiferença.
Imagine quantas críticas eu coleciono em todas as minhas atividades artísticas? Você também deve ter um bocado delas, ninguém está imune.
Numa ocasião eu submeti um texto meu à avaliação de um professor de literatura e jornalista, o cara acabou comigo, chegou a dizer que quase não conseguiu ir além do primeiro parágrafo e ainda me sugeriu que fosse fazer outra coisa, menos escrever prosa. Não me abati e inscrevi o texto num concurso de contos. resultado foi que ganhei o concurso com o referido texto, vi o meu conto ser adaptado para o teatro, (projetos de cinema) e ainda usado como matéria de sala de aulas em colégios e cursos de letras. Me rendeu convites para palestras e workshops.

Todos membros participantes desse blog tem teto de vidro, eu estava ciente disso quando vim parar aqui, portanto estou aberto às críticas e opiniões pessoais, desde que respeitosas como foi a sua. Não se isente de dar sua opinião em meus trabalhos.

Quato a nota postada por último foi só uma forma de expressar minha opinião também. Tenho direito a "defender" o meu ponto de vista também. Eu aceito a sua opinião pessoal e defendo o direito de você expressar-la, prefiro assim do que um elogio falso. Apenas compus uma foto que não te tocou, assim como deve não ter tocado a mais pessoas, pura questão de gosto. Há quem goste daquele tipo de fotografia, quem se prenda mais na composição e há quem goste mais das imagens que por si só conta uma história, leva a pensar. Sabemos que as ditas fotos-sociais (estilo Sebastião Salgado) chamam mais a atenção. Tanto é que esses fotógrafos papam todos os premios, as vezes com uma única imagem. ( o nosso santo da casa é o Thiago santana)

Nada mudou, aceito sua opinião. Eu só quis esclarecer que não sou fotógrafo profissional, para que as críticas venham em forma de apontamento didático, de ensinamento, orientação, de vocês do Zoom que já estão na estrada a mais tempo e de outros que nos visita.

è isso!

Abraços!