segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Feira do Crato, Por Pachelly Jamacaru

Feira de Crato

Sempre que vou à feira de Crato, acho que não vou consegui lá muita coisa não, mas é porque ainda fico pensando no que já foi aquela feira. Mas parecia um mundo Árabe, com feirantes de turbantes na cabeça, com latas e balaios pra cima e pra baixo. Cada figura, que daria a qualquer fotógrafo, a sensação de um urso em pleno rio empestado de salmões, que de imagens continha! Ah lá meus 11 a 15 anos, anos por aí! Num sabia nem o que era pegar numa máquina de fotográfica. Em verdade, eu jamais, jamais imaginei que um dia tiraria uma foto sequer!

Meu pai era comerciante e em seu armarinho era mais um recinto dentro da feira que minava fotos, mas que ninguém se dava conta disso. Cegos sanfoneiros, violeiros, um entra e sai de criaturas, verdadeiras caricaturas. Uma temática fotográfica lá, só com expressões do povo, daria um livro.
Mas enfim, fui a Feira do Crato. Por lá encontrei Sr. Noé, que faz o melhor quebra-queixo do Cariri. Tava montando a sua barraquinha. Também por lá, meu amigo Raimundo Anicete. Adoro conversar com Raimundo, é muita simplicidade numa pessoa só!

E sem querer querendo, fiz minha feirinha! Coloquei os primeiros raios de sol no povo da farinha e frutas. Maria que armava a barraca, porque se ocupa em trabalhar, num fica armando barraco por ai! Gente vendendo o peixe de seu peixe! Uma figura evasiva apressa o passo, outro joga um amarelo com preto e dar passos compassados como que procura o passado!
Olhaaaaa o tecido estampado! Um pito aqui uma baforada ali. Toin toin in íon íon... Pote bão... Quanto custa? É baratinho homi! E a quartinha? Ta quase de graça!

Depois, coloquei tudo, tudinho... No meu balaio fotográfico-virtual e vim me embora!

O raiar do feirantes!

Bem cedinho, armando a barraca, é como estar desfraldando a bandeira da luta do dia a dia!

Sr. Noé em preto & Branco, arma sua barraquinha que logo logo explodirá com as cores dos tijolos de buriti, goaiaba, quebra-queixo e muito mais!

A sombra de um se projeta nas costas do outro. Procura de um passado?

Saindo do nada e a passos largos, um homem esquivo tem uma pressa enigmática!

Descamando o peixe!

Pode levar sem Don Maria, é bom,bonito e barato!

Por entre as lonas.

Eita Raimundo, que Goma arvinhaaaa! Né não Sr. Pracede!

Tô recebendo meu aposento hoje e venho pegar esta. Dona, quanto custa?

É só oito Riais!

Ô pitada boa, sô!


Fotos, Pachelly Jamacaru
Direitos reservados.

7 comentários:

Anônimo disse...

Que bonitas as fotos. Um olhar diferente da feira. Mas, que pena que o movimento está diminuindo, tudo culpa da grande industrialização, o pote de barro trocado pelo garrafões e filtros, o gostoso quebra-queixo pelos doces que tem mais corante e acidulantes......

Cesar Augusto disse...

Fotos para fotógrafo nenhum botar defeitos, excelentes Pachelly.

Cesar Augusto Cabral Fontes

Dihelson Mendonça disse...

Oh, rapaz, que maravilha! Agora que eu vi que o resto das fotos estava aqui.

Parabéns, Maestro!

Dihelson Mendonça

Pachelly Jamacaru disse...

Anônimo, convido-o a identificar-se, pois precisamos de comentarista com propriedade e cultura do seu quilate, como formadores de opinião.

Você não precisa ser anônimo, que anônimo é sinônimo pessoas inseguras no que faz ou diz! E você não se enquadra nisso!

Obrigado pelo comentário, abraços e, volte a dar sua colaboração!
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Cesão, um abraço grande meu caro!

Respondi um comentário seu, de uma possível vinda ao Cariri e, já me preparando para levantar a grana para a aquisição de um corpo de uma D700 nikon! Mas não quero que se preocupe, se for viável vc trazer, a gente ver como que faz para que lhe disponibilize os valores referente à compra!

Um grande abraço

Dihelson, obrigado! Respondi lá blogdocrato seu comentário. Obrigado por mais este!

Um grande abraço

Joilson Kariri Rodrigues disse...

Magnifico esse ensaio, Pachelly...
Que terra inspiradora essa nossa, eim! Suas imagens são um poema, é uma cantoria, é festa e é também o lamento do cego cantador. É cheiro de piqui, de tapioca e de melado de cana ou melado de fumo. É o "minino" que furta um cajú e sai correndo, um velho contando causos, a moça comprando chita.Enfim, suas imagens são saudades...

Pachelly Jamacaru disse...

secEita cabra bom na lente e no repente!
Seu comentário só me lembra: Azuleika e Asa branca, emboladores da feira, desfiando versos!

E aí bateu mesmo saudades!

Grande abraço, gente da gente!

Pachelly Jamacaru disse...

Saiu truncado meu comentário, mas disse; Eita...