quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Mar - Dihelson Mendonça

Praia de Iracema

O mar é triste como um cemitério;
Cada rocha é uma eterna sepultura
Banhada pela imácula brancura
De ondas chorando num alvor etéreo.

Ah! dessas vagas no bramir funéreo
Jamais vibrou a sinfonia pura
Do Amor; lá, só descanta, dentre a escura
Treva do oceano, a voz do meu saltério!

Quando a cândida espuma dessas vagas,
Banhando a fria solidão das fragas,
Onde a quebrar-se tão fugaz se esfuma,

Reflete a luz do sol que já não arde,
Treme na treva a púrpura da tarde,
Chora a Saudade envolta nesta espuma!

Poema: Augusto dos Anjos
Fotografia: Dihelson Mendonça

2 comentários:

Dihelson Mendonça disse...

Material utilizado: Câmera Canon Rebel XTI, lente do Kit ( 18-55mm ). Abertura F8. Modo Manual. Processamento em Black and White.

Abraços,

Dihelson Mendonça

Pachelly Jamacaru disse...

Vou ser sintético, mas não menos justo: Esta é um foto a altura do poema! Um casamento d'artes!

Parabéns Maestro!